Palmas para a torcida do Cruzeiro e os desafios do sócio torcedor

Foto: Washington Alves/Cruzeiro
Vamos falar a verdade. O que a torcida do Cruzeiro faz neste começo de 2018 é algo impressionante.

No jogo contra o América, no Mineirão, foram mais de 50 mil pessoas empurrando o time para mais uma grande vitória. Dentro de campo, o time vem correspondendo às expectativas, com um bom futebol e conquistando as esperadas vitórias. E que golaço do Arrascaeta. Foi daqueles de sair do estádio e pagar mais um ingresso. Um destaque, também, para o belo passe do lateral Edílson, na medida.

Ainda é cedo para exagerar nas comemorações, apesar de considerar que estamos no caminho certo. O Campeonato Mineiro não serve de parâmetro para muita coisa, mas precisamos voltar a conquistar essa competição. Já são 4 anos sem títulos no nosso regional e isso não pode acontecer em um clube da grandeza do Cruzeiro. Neste começo, podemos aproveitar para rodar o elenco e testar novos jogadores. Afinal, estamos ansiosos mesmo é para o início da fase de grupos da Libertadores.

Uma coisa que marcou a semana que antecedeu esse último jogo foi o fato de que os sócios do futebol esgotaram os ingressos disponibilizados para a partida e, com isso, não tivemos vendas na bilheteria. Ou seja, praticamente todos os pagantes e presentes no Mineirão eram associados, ou estavam com cartões emprestados por sócios, ou acompanharam sócios que resgataram ingressos extras.

Com isso, fica a questão: como será a venda de ingressos para os jogos da Libertadores? Se no regional está assim, imagine para os jogos de maior interesse da torcida. Fica evidente que a torcida do Cruzeiro comprou a briga, junto à nova diretoria, para que o clube cresça ainda mais. Nas arquibancadas ou nas redes sociais, estamos mostrando a nossa força. Podemos, sim, ficar ainda mais gigantes.

No entanto, somos milhões de cruzeirenses espalhados pelo mundo e, atualmente, em torno de 70 mil fazem parte do programa de sócio torcedor. Ademais, em um estádio com capacidade para poucos mais de 62 mil pessoas, não é possível garantir nem que os associados tenham garantia de entrada, quanto mais àqueles que não aderiram.

Será que é justo privilegiar apenas quem adere ao programa Sócio do Futebol, ou há alguma viabilidade em dar oportunidades para os chamados não-sócios? Atualmente, há uma grande discussão, e muito sem sentido, por sinal, sobre o ser ou não ser sócio torcedor. É claro que o fato de ser associado não torna um torcedor “melhor” do que o outro. 

Por outro lado, quando o torcedor inicia esse tipo de relacionamento com o clube, espera que receba algum benefício em troca. É a chamada reciprocidade. A pessoa injeta dinheiro no clube e acredita que receberá alguma coisa também. Não apenas com a contratação de grandes jogadores, ou com o investimento direto no departamento de futebol, mas com a comodidade de poder comprar um ingresso sem sair de casa, de resgatar um produto licenciado ou de vivenciar uma experiência inesquecível junto a seu clube de coração.

Há a necessidade de se alcançar um equilíbrio, para que poucos não sejam privilegiados em detrimento de muitos. Infelizmente, em alguns momentos, não será possível atender a todos. Como já disse, são milhões para um estádio que cabem milhares. Sempre será assim. O desafio da nova diretoria é conseguir chegar a esse ponto comum, em que os sócios do futebol recebam bons benefícios por contribuir financeiramente com o clube e aqueles que não tenham condições em se associar também recebam suas oportunidades.

É algo complicado e que requererá muita conversa, muitas idéias, muita interação entre a diretoria e o torcedor. É mais um desafio para a nova diretoria e acredito que muita coisa possa melhorar. Na verdade, já conseguimos perceber algumas novidades: a interatividade nas redes sociais, alguns eventos em dias de jogos, novos itens para resgate no programa de sócio, ingressos com preços mais acessíveis para jogos do estadual, dentre outras.

Em tempo, é preciso mudar a denominação do programa de sócio do torcedor do Cruzeiro. Sócio do Futebol é muito burocrático e não enaltece a paixão do torcedor cruzeirense pelo clube. Que o Marketing do clube também possa resolver essa questão.

No fim, somos todos Cruzeiro e que essa sintonia entre torcida e time permaneça. Não só nos momentos bons, mas quando é preciso tirar o time de situações complicadas. Só assim continuaremos no caminho das vitórias. 

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