De heróis a sevandijas: o que fizeram com o Cruzeiro?
Foto: Reprodução / O Tempo |
A história de um clube de futebol
é formada por ciclos, de bons momentos e grandes conquistas ou por momentos
conturbados e crises internas.
No futebol brasileiro, ainda mais,
essa verdade é uma máxima. A sequência e a regularidade são pontos muito difíceis
de acontecer.
Com o Cruzeiro, principalmente,
estamos vivendo essa situação na pele. Nossas lembranças futebolísticas são uma
mistura de alegrias e decepções e, com muita sorte, os momentos vitoriosos serão
mais abundantes e mais marcantes.
Desde que me entendo por gente e,
consequentemente, começaram as minhas memórias sobre futebol, já passei por
situações diversas. A primeira vez que me recordo de estar no Mineirão
aconteceu em um jogo entre Cruzeiro e Bahia, com 5 gols do Ronaldo Fenômeno. Ali,
já me imaginava indo àquele estádio por muitos e muitos anos.
Anos mais tarde, me lembro da
primeira conquista do Cruzeiro que assisti: a Copa do Brasil de 1996. E, para
ser sincero, não botava muita confiança nesse título. Naquela época, a imprensa
por todo o país dava o Palmeiras como virtual campeão, já que conquistara um
empate aqui em Belo Horizonte e decidiria o confronto no Parque Antártica. Para
complicar, o Cruzeiro saiu atrás do marcador.
Naquele momento, eu joguei a
toalha. Pensava que seria impossível reverter o placar, considerando todo o
poderio adversário e tudo que ouvira até então. Fui dormir mais cedo. Poucas
horas depois, fui acordado por meu pai, gritando e comemorando, e cheguei a
tempo de ver a taça sendo levantada e a volta olímpica.
Eu era tão novo e já comecei a
aprender alguma coisa. Nunca duvide do Cruzeiro.
Lembro, ainda, da sofrida e
histórica conquista da CONMEBOL Liberadores, em 1997. A classificação na bacia
das almas na fase de grupos, a enorme dificuldade para avançar nas fases
eliminatórias, o brio e a alma de um time guerreiro. Quando poucos acreditavam,
fomos lá e mostramos nossa força.
Nossos títulos vieram assim.
Ninguém dava nada pelo Cruzeiro e, no final, saíamos campeões. 2000, 2003,
2013, 2014, 2017, 2018. Sabe qual é o nosso diferencial? A garra, a raça, o
respeito pela camisa e pela instituição.
Infelizmente, chegamos em um
daqueles pontos de crise e de momento conturbado. O ano de 2019 começou com
muita esperança e vai terminar com muito sofrimento, seja qual for o resultado
final.
Tudo isso é fruto de gestões
temerárias e de gestores despreparados, de um cabide de empregos interminável,
de gastos exorbitantes, de pessoas descompromissadas com o bem do clube e
preocupadas única e exclusivamente com o bem pessoal. O Cruzeiro está entregue
nas mãos de pessoas ruins de serviço. É uma instituição sem comando, sem rumo.
E isso nos entristece muito.
Junta-se isso à jogadores também
descompromissados e que não honram o manto que vestem. Sim, foram campeões nos
últimos anos, mas são tão responsáveis por essa situação vexatória na qual nos
encontramos quanto qualquer membro da diretoria ou do conselho.
Se o status de ídolo é algo
difícil de alcançar (sinceramente, poucos podem ser considerados ídolos de
fato), a ira da torcida pode acontecer de uma hora para outra. Basta um sinal
de desrespeito, de falta de compromisso, de corpo mole, de papo furado. E isso
está acontecendo com o Cruzeiro neste ano.
Faltam 5 jogos para que definamos
nossa vida. Ou sobrevivemos ou sucumbimos.
Eu não joguei a toalha, mesmo que
considere nossa tarefa extremamente difícil. Jogo após jogo, mesmo com os
resultados não favoráveis e uma posição incômoda na tabela, eu crio uma
expectativa de que o próximo compromisso terminará com uma vitória. Torcedor é
passional, eu sei.
Por maior que seja o meu desgaste emocional com tudo o que vem acontecendo no Cruzeiro, nem sei de onde, nem como, mas a
chama da esperança continua acesa. Talvez, por aquele aprendizado que vivi em
1996, e que veio me comprovando a cada ano. Não posso duvidar do
Cruzeiro.
Só peço aos jogadores, ao técnico,
à diretoria: honrem o nosso clube. Terminem esse campeonato de forma digna.
Façam tudo aquilo que deixarem de fazer durante todo esse ano. Busquem
inspiração em nossa história. Foram vocês que nos colocaram nesta situação e, neste momento, cabe a vocês nos salvar do pior. Nosso ano de 2019 não condiz com nossa tradição e
nossa grandeza.
E, torcedor, saiba que, depois
dessa tempestade, aconteça o que acontecer, nós é quem vamos reerguer o
Cruzeiro Esporte Clube. Precisamos de mudanças drásticas. Sem disputas políticas, brigas de egos e de poder. Pelo clube e para o clube.
Não queremos heróis, muito menos
os sevandijas (a palavra do momento), mas pessoas sérias e compromissadas com o
bem estar e crescimento do clube. Será que é pedir muito?
Nossa próxima ponta de esperança
será neste sábado, contra o Santos, na Vila Belmiro.
É matar ou morrer. Espero que
cheguemos vivos no dia seguinte.
Para cima deles, Cruzeiro.
Moooorreu
ResponderExcluirCom fé no Pai esse ano cai.
ResponderExcluirE morreu!
ResponderExcluir... e morreu de quatro.
ResponderExcluirMeu caro Thiago, torcer pro sucesso do Cruzeiro é só torcer para que Beneci Queiroz faça a coisa certa. Parece que ultimamente ele não tem atuado bem...
ResponderExcluirE vai cair!!!!!!
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