Onde não há comando, há corpo mole! Cadê a diretoria?

Ricardo Duarte/Internacional

O Cruzeiro vive a maior crise institucional de sua história e os mais responsáveis por isso têm nome: Wagner Pires de Sá, Itair Machado e Sérgio Nonato. A diretoria do clube acumula manchas nas capas dos mais variados jornais e tem estampado a preocupação no olhar de cada cruzeirense; enquanto isso, o time foi eliminado da Copa Libertadores e da Copa do Brasil e os dirigentes não se pronunciam, o que evidencia que estão lá cumprindo o mandato, mas que nada se importam com o futuro da Raposa. Se tivessem consciência do que estão fazendo já tinham pedido para sair. Aliás, se o próprio Mano Menezes não tivesse pedido o boné, provavelmente estaria à frente do time e colhendo resultados ainda piores no Campeonato Brasileiro. A atitude do antigo treinador é louvável.

É praticamente impossível ser vitorioso no futebol sem ter planejamento, sem revelar bons jogadores e ainda fazer caixa com a venda das joias lapidadas na base. Vos digo: há quanto tempo o Cruzeiro não ganha muito dinheiro com alguém formado nas categorias de base da equipe? E, pior: a cada ano, mais atletas com idade avançada chegam ao clube e não rendem o mínimo do que é esperado. O clube fez um péssimo planejamento. 

É preciso reiterar que os problemas extracampo também influenciam no rendimento em campo. A diretoria fez muita graça para a imprensa quando o momento era bom. Na fase ruim, que já dura meses, a omissão se faz cada vez mais presente. Uma turma irresponsável!

Sobre a eliminação de ontem, é evidente que as escolhas de Rogério Ceni não foram as mais adequadas para a partida, mas colocar a culpa somente no treinador que mal chegou é trairagem e oportunismo, Thiago Neves. Os próprios atletas (inclusive, você) admitiram que preferem jogar com a bola, envolvendo o adversário com velocidade e fazendo os gols. Ontem não funcionou e ele tem culpa, mas soltar coisas de bastidores na imprensa após uma eliminação é de uma falta de profissionalismo tremenda. Aquela fala deveria ser dita no vestiário e sem um microfone por perto. Falta de consciência para quem usa a camisa 10 que Dirceu Lopes e Alex vestiram! 

Com Mano Menezes, o desempenho ia de mal a pior e a atuação contra o Internacional refletiu que o time ainda não se desligou da maneira de jogar do ex-treinador. Afinal, o Cruzeiro com ele ficou mais de três anos jogando no erro do adversário e praticando o chamado anti-futebol em diversos momentos. É verdade que não vai mudar da água pro vinho em 20 dias, mas vale lembrar que o Cruzeiro não treinou por quase duas semanas na Copa América e isso foi preponderante para o insucesso da temporada. Os jogadores estão desgastados fisicamente (como o Léo) e falta intensidade, que é o que Rogério Ceni tem em mente. Como mudar o cenário? É hora de treinar muito, de melhorar a saída de bola com urgência e conquistar, aos poucos, a frustrante missão de completar os 45 pontos solitários do Brasileirão.

Resumindo, Rogério Ceni terá a obrigação de comandar um grupo sem personalidade, sem vontade de mostrar evolução e que tem o aval da diretoria para ser o pesadelo da torcida celeste. 2020 é reformulação geral!