Não há um segundo de paz para o torcedor do Cruzeiro

Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Após vários dias sem jogos oficiais do Cruzeiro, estamos próximos da primeira das decisões que nos esperam no mês de julho.

Com o fim da Copa América, o futebol brasileiro tem as atenções voltadas para os confrontos de ida das quartas-de-final da Copa do Brasil. Quando chegar a quinta-feira, dia 11/07, finalmente poderemos dizer: Hoje tem Cruzeiro!

Ainda que não saibamos se isso é bom ou ruim, considerando o tanto de raiva que passamos nos últimos jogos, com o desempenho bem abaixo da crítica do nosso time. No entanto, a quinta nos reserva um dia de guerra; um dia de recomeçar e fazer as coisas certas. É um clássico regional, meu amigo. É Cruzeiro x Atl. Mineiro e vale uma vaga nas semifinais no nosso caminho pelo hepta.

Não sabemos ao certo como nosso time voltará da intertemporada. Grande parte dos treinos foi fechado à imprensa e, com isso, não há muitas informações concretas sobre as mudanças no time. Apenas o jogo-treino contra o América/MG pôde ser acompanhado por algumas pessoas, e, aparentemente não tiveram mudanças táticas ou de padrão de jogo no time do Cruzeiro.

A derrota por 2x1 não pode ser encarada com desespero, mesmo com um retrospecto tão negativo nos últimos jogos oficiais. Assim como a vitória por 2x0 contra o Inter de Minas também não serve de muito parâmetro. Outras equipes da série A tiveram desempenho ruim e resultados negativos nos jogos amistosos. Porém, acredito que essa parada seria muito importante para testar novas formações, novos jogadores e novas jogadas e possivelmente isso não aconteceu. Somente na quinta descobriremos se teremos alguma mudança, mesmo que seja apenas de postura.

Fato é que perdemos quatro jogadores nestes últimos dias: Lucas Silva não teve o contrato de empréstimo renovado. Murilo e Raniel foram negociados. Rodriguinho foi a baixa do dia e, com o agravamento de uma lesão na região lombar, deverá passar por um procedimento cirúrgico na próxima sexta-feira. Não há previsão de retorno aos gramados.

Para a reposição das peças “perdidas”, o Cruzeiro não foi ao mercado. E nem poderia, com toda essa crise financeira que tanto nos incomoda. A aposta foi na subida de garotos da base, como Weverton, Edu, Adriano, Maurício e Popó. Contudo, não sabemos se o técnico Mano Menezes dará grandes oportunidades a esses jovens jogadores, já que ele prefere jogadores prontos, mais rodados e com maior experiência.

Seria muito interessante a base celeste ter oportunidades, pelo calendário lotado e pela chance de uma venda futura e maior arrecadação. Seria uma solução para nossos recentes problemas financeiros.

E são exatamente esses problemas, além de diversas questões de falta de gestão e irregularidades apontadas pela imprensa e apuradas pelo Ministério Público e Polícia Civil, que têm preocupado bastante o torcedor cruzeirense. A cada dia são divulgadas novas notícias e a imagem do Cruzeiro fica prejudicada. Salários atrasados, negociações esdrúxulas, contratos prejudiciais ao clube, intermináveis notas oficiais que nada explicam; a lista de problemas é muito grande. Ultimamente, não há um segundo de paz para a torcida celeste.

Que todas as irregularidades sejam averiguadas e, se confirmadas, que todos os envolvidos sejam afastados e devidamente punidos. Não podemos esperar nada menos do que isso. Não podemos deixar que algumas pessoas prejudiquem tanto o clube e manchem a nossa história. Que devolvam o nosso Cruzeiro, antes que seja tarde demais.

Mesmo assim, com essa crise institucional inimaginável há algum tempo, esperamos que tudo isso não afete o desempenho da equipe. Enquanto os problemas fora de campo precisam ser solucionados, o dentro de campo também precisa melhorar. Não dá para continuar com essa série sem vitórias. Precisamos recuperar a confiança, para avançar nas competições de mata-mata e para melhorar essa colocação tão incômoda no Campeonato Brasileiro.

E que já comece na quinta-feira.

A Toca da Raposa III estará lotada. Mais uma vez, a torcida comprou a briga pelo time, entendeu que o momento é de apoio na arquibancada. Independente de quem for escalado, é hora de cantar, de gritar, de voltar para a casa sem voz e de empurrar o time. Um jogo de cada vez. Para que, em breve, possamos voltar a comemorar e a sorrir. Para que as notícias sobre o nosso time sejam apenas sobre o dentro de campo. Para que, enfim, tenhamos um momento de paz.

Para cima deles, Cruzeiro.