Um misto de sentimentos e alentos: isso é Cruzeiro!
Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro |
Não era uma noite qualquer, era uma noite de copa. Não era um duelo qualquer, era contra o Boca Juniors. Aquele mesmo time que nos atormentou com as injustiças de 1977 e mais recentemente em 2018. Não era um simples cenário, era um tabu negativo de 26 anos contra argentinos em mata-mata de competições. Eram fantasmas, tensões, ansiedades, esperanças... Era muita coisa sentida na pele de mais de 58 mil pessoas no Mineirão.
Parecia que inúmeros pesos iam saindo das costas quando, em um recorde histórico, Advíncula foi expulso em um lance com apenas nove segundos de jogo. Seria ali o 'passaporte' da classificação celeste? A sintonia estava perfeita entre time e torcida. Matheus Henrique explodiu o Mineirão aos 10 minutos, aproveitando o rebote no chute de MP10. Não demorou muito, e Walace ampliou o placar aos 20, levando a torcida à loucura mais uma vez.
Não havia outro pensamento na cabeça de muitos cruzeirenses. Era a Raposa, o nosso Cruzeiro, eliminando o Boca no Gigante da Pampulha, com um jogador a mais, em um mata-mata de Copa Sul-Americana. Era um passo gtande em direção à busca por um título internacional. Como não ficar "loucos da cabeça"?
Mas, como tem sido nos últimos anos de lutas, guerras e batalhas, nada seria fácil. Os Xeneizes, com uma tradição inegável, começaram a crescer. Lautaro quase ampliou a vantagem com uma bola na trave, mas o Cruzeiro sofreu após virar o placar agregado e viu os rivais pressionarem. Até que o 'baque' veio ao final da primeira etapa, com o gol de Giménez.
A decisão estava indo para pênaltis, e o segundo tempo não teve um cenário diferente. O Boca apertava, aproveitando o nervosismo cruzeirense, nem parecia estar com um jogador a menos. Ah, se aquela bola do Pereira tivesse entrado, meu Deus!
Aos 92 minutos, os olhares paralisaram ao ver Matheus Henrique errar na disputa de bola, como um filme que passava na cabeça com a saída errada de Cássio, mas o universo quis que João Marcelo salvasse o Cruzeiro, tirando o chute em cima da linha. Vieram as penalidades. Mais um filme na cabeça, olhares aflitos, orações de todas as crenças. Todos querendo ver o futuro não repetir o passado. Mas parecia mesmo que estava destinada a ser uma noite celeste.
Entre um gol aqui e outro acolá, foi na última cobrança argentina que a felicidade veio, após Merentiel isolar o chute. Foi inexplicável o que viveu o torcedor, do início ao fim. Foi um "sofrimento positivo", depois de tantas coisas que essa torcida viveu nos últimos anos. Foi a expulsão dos fantasmas, o choro de felicidade, a vibração, o orgulho e a esperança por dias gigantes.
O dia 22 de agosto está eternizado. La Bestia Negra está de volta. E a Copa Sul-Americana é a nossa obsessão do momento.
O Cruzeiro voltou nos braços do povo, cada dia mais forte e cabuloso!
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