Radinho na mão ou ir ao Mineirão? Eis a questão
Foto: Ramon Lisboa/EM/D. A Press |
Hoje, às 19 horas, o Cruzeiro entrará
em campo contra o Athletico Paranaense, no Mineirão, em partida válida pelo
Campeonato Brasileiro.
Além de a equipe não contar com
sua força máxima, já que os jogadores considerados titulares estarão nos
preparativos para o grande confronto de terça-feira, contra o River Plate, pela
CONMEBOL Libertadores, um fato bem curioso marcará o jogo deste sábado: não
haverá transmissão em canais de televisão aberta ou no pay-per-view ou mesmo na
internet.
Ou seja, quem quiser acompanhar a
partida de hoje terá duas opções: ir lá no Mineirão para apoiar os nossos
jogadores ou colar o ouvido no radinho.
Para quem acompanha o futebol há
poucos anos, a situação é realmente incomum. Mas para quem já está na luta com
o Cruzeiro há mais tempo (e nem tem como esconder a velhice nestes momentos),
já é algo normal.
Quando eu comecei a gostar mais
de futebol e, consequentemente, acompanhar mais de perto e se interessar mais
pelo Cruzeiro, não era fácil para ver os jogos. Com muita sorte, algum jogo era
transmitido em televisão aberta, principalmente contra os times de Rio e São
Paulo. O restante, e, diga-se de passagem, a grande maioria, somente no rádio
ou quando meu pai me levava no Mineirão.
Talvez, por isso, que eu ainda
goste tanto de acompanhar o rádio. Meu pai, mesmo quando estamos no estádio,
sempre leva seu fone de ouvido e o rádio está ligado no jogo. Não é tão usual
atualmente. E essa chegada das transmissões de muitos jogos diariamente, de
vários campeonatos, é um fato recente.
Coisas de um futebol moderno, em
que os clubes ganham mais opções de empresas detentoras do direito de
transmissão, buscando melhores condições financeiras, mas que nos levam à um
tempo passado, no qual não temos transmissão da partida.
E, sinceramente, não lembro da
última vez que a única opção para assistir ao jogo do Cruzeiro seria ir ao
estádio. Mesmo aquela partida contra o Huracán, pela CONMEBOL Libertadores, foi
transmitida pelo Facebook, pelo menos.
Falando agora sobre o nosso
adversário de hoje, já tivemos muitas alegrias e também muitas dificuldades
contra o Furacão Paranaense. No entanto, busco guardar na memória apenas os
bons momentos. E foram bastantes, com certeza.
Um deles, e que me marcou bastante,
aconteceu em um dia 12 de Maio, na final da Copa Sul Minas de 2002. O jogo
valia pelo título da competição e também era a despedida (primeira despedida,
no caso) de um dos grandes laterais esquerdos de nossa história: Juan Pablo
Sorín. Quase 70 mil pessoas compareceram ao Mineirão e gritaram o nome de nosso
ídolo durante os 90 minutos. Lembro bem que, mesmo quando Sorín errava alguma
jogada, a torcida ainda o aplaudia.
Durante o jogo, ele ainda sofreu
um corte feio no supercilio e, mesmo assim, permaneceu em campo até o final. A
recompensa veio aos 30 minutos do segundo tempo, após grande jogada de Ruy
Cabeção, um cruzamento para o meio da área que encontrou o nosso camisa 6 livre
para marcar um gol muito importante e que entrou para nossa história. Inesquecível,
de fato.
Hoje, a partida não vale um
título, não é um confronto decisivo de mata-mata (aparentemente nossa
especialidade nos últimos tempos), mas é de suma importância para nossas
pretensões até o final da temporada. O Cruzeiro se encontra muito mal colocado
na classificação do Campeonato Brasileiro, com apenas 10 pontos em 11 jogos.
Está perigosamente próximo da zona de rebaixamento. Nosso lugar não é ali e
podemos esperar e torcer por uma colocação mais honrosa.
Mesmo sem os titulares em campo, e
muito provavelmente nosso adversário não virá com força máxima também, é plenamente
possível conseguir um bom resultado e sair de campo com os três pontos. Para
isso, precisamos melhorar nosso desempenho ofensivo. Após a volta da Copa
América, o Cruzeiro só balançou as redes em uma partida: nos 3 x 0 contra o
Alt. Mineiro pela Copa do Brasil.
Após isso, uma derrota por 2x0 e
três empates por 0x0. Precisamos voltar a fazer gols, e rápido.
Já que estamos em um dia tão
incomum, quem sabe voltamos a balançar as redes e vencemos o jogo, para chegar
com moral elevada para o esperado confronto contra o River.
Radinho na mão ou ir ao Mineirão?
Eis a questão.
Quem não conseguir comparecer hoje
ao Mineirão, poderá acompanhar o jogo à moda antiga, pelo rádio, com uma emoção
muito diferente de uma transmissão pela TV. Talvez apareçam novos adeptos ao
radinho na noite de hoje.
Quem tiver condições de ir à Toca
3, pode aquecer a garganta para apoiar bastante o nosso time. O grito da
torcida pode servir como um incentivo a mais para os jovens jogadores que estarão
dentro de campo. Os três pontos hoje são fundamentais.
E já preparem o coração para
terça-feira. A promessa será de fortes emoções. Mano Menezes, que completou 3
anos consecutivos de Cruzeiro nesta sexta-feira passada, já mandou a piada (ou
será que não): ”vamos atacar os caras nesta terça-feira”. Piada ou não, que
saiamos classificados, com ou sem sufoco!
Para cima deles, Cruzeiro!
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