Torcedor do Cruzeiro, Rafael quer encerrar carreira no clube
Há pelo menos uma década, a escalação do Cruzeiro se inicia com Fábio. Poucas foram as vezes que um atleta diferente exerceu a função. No segundo semestre de 2016, com a lesão do goleiro no joelho esquerdo, outro jogador se tornou figura constante na equipe. E o novo dono da meta pretende seguir os passos do ídolo.
Aos 27 anos, Rafael chegou à Toca da Raposa em 2002, quando ainda era adolescente. Contudo, o amor pelo clube que defende vem da infância e faz com que ele sonhe com a permanência no local até o fim da carreira como profissional.
"Sou de uma família de torcedores do Cruzeiro e o Cruzeiro é o meu time de infância. Eu me sinto muito respeitado pessoalmente e profissionalmente falando por todos os setores do clube, além de sentir que, por mais que não atuasse com frequência, sempre houve um carinho muito grande pelo meu trabalho", disse em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
"A torcida também sempre me apoiou e esses detalhes fazem com que você tenha o desejo de continuar sempre no Cruzeiro. Mesmo sabendo que, no futebol, as transferências para outros clubes são normais, a minha intenção até hoje é de sempre permanecer no clube", acrescentou.
O curioso é que Rafael quer seguir exatamente os passos de um companheiro de elenco. Titular da posição, Fábio está no departamento médico. No clube desde 2005, o goleiro conta com a admiração do colega de clube.
"Eu e o Fábio, antes de sermos companheiros de equipe, somos grandes amigos. Nossa relação é de amizade dentro e fora da Toca. Ele sempre me apoia e me incentiva. E trabalhar com pessoas que querem o seu bem, o seu melhor, te faz crescer pessoalmente e profissionalmente, junto com toda a dedicação nos treinamentos", declarou.
Confira outros trechos da entrevista exclusiva de Rafael:
Além do Fábio, você tem outra inspiração na carreira profissional?
Eu assisto futebol sempre e tento tirar muitas informações de todos os lances envolvendo os goleiros. Seria uma injustiça eu citar nomes aqui, já que existem muitos goleiros que são referência hoje na posição e com certeza também são referência para mim.
Chegou à Toca da Raposa com apenas 13 anos. Como foi o processo de mudança de Coronel Fabriciano para a capital mineira?
Não é fácil sair de casa com 13 anos para morar sozinho em um lugar onde há muita cobrança como no futebol. Mas quando fazemos algo em busca do nosso sonho, tudo fica mais fácil. Apesar das dificuldades, eu estava vivendo um sonho de muitos garotos que era vestir a camisa do Cruzeiro e de fazer da sua maior paixão a sua profissão. O objetivo de defender a camisa do Cruzeiro, com apoio do nosso torcedor, como tem acontecido nos jogos em casa, faz com que você supere qualquer dificuldade.
Apareceu no elenco profissional há quase uma década. O que mudou profissional e pessoalmente desde a sua promoção para a equipe principal?
Mudou muita coisa. Eu me sinto mais maduro, com mais confiança. O que foi adquirido com os treinamentos e jogos. Vejo que muitas mudanças e evoluções ocorreram dentro de campo, mas fora de campo acredito ser bem parecido com o cara de 10 anos atrás. Com o mesmo pensamento e simplicidade de vida.
Gostaria de deixar uma mensagem para o torcedor do Cruzeiro?
Quero aproveitar a oportunidade e agradecer a todos os torcedores que estão me apoiando. Sei a responsabilidade de substituir o Fábio e a importância de vestir a camisa do Cruzeiro. Tenho recebido manifestações de carinho, incentivo e apoio nas ruas e nas redes sociais. Isso não tem preço. Obrigado a todos!