18 anos de um título inesquecível: o tri da Copa do Brasil

Foto: Paulo Filgueiras / EM. Brasil

Há exatos 18 anos, o Cruzeiro conquistava o seu terceiro título da Copa do Brasil, em um dos jogos mais marcantes de nossa história vitoriosa.

A trajetória da conquista invicta foi finalizada de maneira épica, em nossa casa, no Mineirão, com uma grande vitória por 2x1, contra o São Paulo. Foi daqueles jogos em que grande parte dos torcedores gostaria de estar no estádio.

O dia era nove, o mês, julho, o ano 2000. Naquele tempo, o Cruzeiro já se mostrava um verdadeiro time copeiro, acostumado aos grandes jogos e às grandes decisões. Nomes como André, Müller, Geovanni, Oséas, Ricardinho, Sorín, Cléber, Fábio Júnior, e vários outros, ficaram marcados com essa conquista. Mesmo assim, poucos imaginavam um confronto tão dramático e tão emocionante.

Após um 0x0 na primeira partida, nosso time entrava em campo precisando da vitoria, por qualquer placar, para conquistar o título. Para os paulistas, por outro lado, bastava um empate com gols e o caneco iria para o Morumbi.

Os mais de 90 mil presentes ao Mineirão apoiaram o tempo inteiro. No primeiro tempo, com o jogo muito truncado e cheio de jogadas mais ríspidas, o torcedor vaiava e fazia muito barulho, ao som de vários apitos que foram distribuídos antes da partida, a cada ataque do time adversário. Ainda assim, fomos para o intervalo com o placar em branco. Faltava ficar tudo azul. 

A emoção de verdade veio no segundo tempo. Eram 45 minutos (ou um pouco mais) para se definir quem seria o campeão. Com o time do São Paulo tentando pressionar, o torcedor cobrava uma postura mais ofensiva da equipe celeste. Aos 21 minutos, um balde de água fria: o Cruzeiro levou um gol, em cobrança de falta de Marcelinho Paraíba.

Ali, o time paulista jogava com o regulamento a seu favor. Para nós, como sempre, teria que ser no peito e na raça, no grito da torcida. O relógio não queria colaborar conosco e o tempo passava bem depressa. Faltavam pouco mais de 10 minutos para o fim da partida e já se via muita gente apreensiva, com uma réstia de esperança e o coração quase saindo pela boca. O grito de Zêro ecoava pela arquibancada, como se fosse um combustível para incendiar a partida.

Ninguém pode duvidar da nossa capacidade de decisão. Aos 35 minutos, Fábio Júnior entrou na área, recebeu passe de Müller e fuzilou a meta de Rogério Ceni. Era o empate. A chama estava muito acesa ainda.

Aos 43 minutos, com o jogo quase no fim, uma jogada da qual nunca mais irei esquecer. Após uma bola mal recuada, Geovanni saiu frente a frente com o goleiro paulista, até que o zagueiro Rogério Pinheiro fizesse uma falta dura, muito próxima à área, como último recurso, e levasse o cartão vermelho. Naquele momento, xinguei até a última geração do jogador são paulino e tenho certeza de que muitos também o fizeram.

Era claro, trocaram o nosso gol pela expulsão de um jogador. No auge da minha adolescência, achava aquilo injusto. Dentro de campo, muita confusão e muita catimba do time do São Paulo. Com isso, o relógio já marcava 45 minutos. Era agora ou nunca. Antes da cobrança da falta, Müller orientou Geovanni a chutar rasteiro: a barreira iria pular.

Dito e feito. O camisa 11 celeste encheu o pé e mandou a bola para o fundo do gol. O Mineirão veio abaixo, a torcida mal acreditava e soltava o grito, uma emoção imensa. O tri estava muito próximo. Mas você acha que ainda acabou? Não. Logo após o gol celeste, o São Paulo se lançou ao ataque e quase marcou o gol de empate. Marcelinho Paraíba, dentro da pequena área, obrigou o goleiro André a operar um milagre e o zagueiro Clebão ainda tirou a bola em cima da linha.

Depois disso, o tri era nosso! Após o apito do árbitro, não apenas o Mineirão, mas toda Belo Horizonte virou um mar azul, uma festa muito grande, digna de um título épico e que ficará sempre guardado em nossas memórias.

E, com essas boas lembranças, de grandes jogos e títulos históricos, fica a nossa esperança de grandes conquistas ainda em 2018. Que nossa diretoria, comissão técnica e jogadores se inspirem nesse time de 2000, ou que pelo menos assistam a esse confronto decisivo contra o São Paulo, para conhecerem a nossa historia, de buscar a vitória sempre, e para saberem da grandeza do Cruzeiro Esporte Clube.

14 comentários:

  1. Foi muito emocionante e eu estava lá no Mineirão, com alguns amigos de Itamarandiba, que fica à 500 km de BH. Valeu a pena! Geraldo.

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    1. Isso ai, Geraldo! Essas lembranças são muito boas mesmo! Obrigado pelo comentário!

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  2. Minha segunda vez no Mineirão, eu sai de Brasília com o meu pai para assistirmos este jogo na arquibancada no lado da trave onde o Cruzeiro fez os seus dois gols. Indescritível, esta é a palavra que traduz o que senti quando o Geovani fez aquele gol, próximo dos acréscimos. Foi demais!

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    1. Esse jogo ficou marcado na memória de muita gente! Realmente, como você disse, indescritível!

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  3. Eu estava lá.... Sem sombra de dúvidas o mais emocionante jogo que já presenciei não Mineirao. Mineirão antigo, aí sim.... Futebol raiz que se perdeu ao longo dos anos. Saudades

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    1. Pois é, Flavio! Também tenho muitas lembranças do Mineirão antigo! Tempo muito bom!

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  4. Ate hoje , eu me xingo por não ter tido a raça dos jogadores.
    Nervosaço, saí do jogo achando que não virariamos aquela partida, saí estava 1 a 1, deixei o carro com o mmeu filho que não quis sair, fui a pé, descendo a A.Caran, escutei os gritos, e nao sabia de ria,chorava, ou xingava a minha falta de raça.Mas a minha pressão arterial foi a 18, quase enfartei naquele dia.

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    1. Algumas pessoas não acreditavam na virada mesmo. Realmente, era algo muito difícil para tão pouco tempo! Este jogo serviu pra confirmar como o Cruzeiro é um time copeiro. Tudo deu certo para que conseguíssemos o título!

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  5. Estive no mineirão pela manhã pois fui a feira de veículos vender meu carro. Naquele dia, fui ao banheiro que ficava dentro do estádio próximo a geral. Depois de sair do banheiro, fui dar uma espiada nas obras que estavam sendo feitas para o jogo. Então vi uma tábua sobre o fosso que separava a geral do gramado. Pensei comigo, vou tentar passar, se alguem falar alguma coisa eu volto. Ninquem falou nada, entrei no gramado e senti uma emoção como poucas em toda a minha vida. Pude ver as televisões instalando câmeras nas marquises, trabalhadores etc. fui uma experiência maravilhosa!

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    1. Já tive a oportunidade de entrar no gramado, há muitos anos, quando ainda era mascote do clube. É uma sensação bem legal, ainda mais quando o estádio está lotado. Vale a pena.

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  6. Lá se vão 18 anos ? PUTZ ! ! O tempo voa e vem a lembrança de quem estava lá (graças a DEUS) em mais uma épica conquista. Rai se achava o dono do jogo, querendo apitar mas não deu. Deixamos o SP sem o único título que ainda falta na galeria deles. Atrás do gol, na arquibancada vi uma festa de um clube gigante, de uma torcida acostumada a ter mais alegrias do que decepções. Enfim, vamos ao hexa da CB. Simples assim.

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    1. O tempo passa rápido, Alexandre! Rs 18 anos mesmo! Nem parece. Aquela festa, nunca tinha visto nada igual. Foi realmente inesquecível. Quem sabe tenhamos uma festa ainda maior pelo hexa em 2018!! Vamos torcer

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  7. Eu estava lá, na hora do gol do Giovanni estava na arquibancada atrás do gol do André, foi uma reação inacreditável da torcida, porque quem estava do outro lado não viu a bola passar pela barreira e sim somente após o estouro da torcida atrás do gol do Rogério Ceni e a rede balançar começou a vibrar ... foi inacreditável, 45 do segundo tempo, em cima da hora, depois de 2 anos difíceis de vários vices voltamos a ganhar e ganhar na raça.

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    1. Na hora do gol, eu estava muito nervoso pelo lance da falta e da expulsão! Xinguei muito!! Quando eu vi as pessoas gritando, comemorando, nem acreditei! Comemorei muito esse título!!

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